terça-feira, 10 de maio de 2016

APRENDER A VIVER BEM





















Relicário
Autor: Manuel Mar.

Aprender a Viver Bem!

Ando há tempo e pensar
Que ainda não aprendi a viver
Agora ando a imaginar
Certas fases da vida
Nos desgostos que sofri
As horas tristes que passei
Nos amores que tive
Nos porquês de aqui estar
Vivendo de forma sentida
Porque é assim a vida
Mesmo que julgue que não
Sempre vivi à minha maneira
Com muitas ilusões
E dando alguns trambolhões
Já perdi o vício de jogar
Fiz coisas atrevidas
Preguei boas partidas
Passei horas divertidas
Muitas noites a dançar
Muitas outras a cantar
E a ver as lindas mulheres
Porque a ideia não muda
Só a força é que falta
Já penso que nada sou
Já perdi muitas ilusões
De amores e tentações
Trabalhei e fui feliz
Mas já tudo passou
Quase já não sei viver
Toda a pressa já passou
Agora ando devagar
Já pouco posso fazer
Mas minha cabeça
Continua sempre a pensar
Que ainda posso aprender
De novo a bem viver
Mas as forças são poucas
Já deixei de cantar e dançar
Pouco faço mas devagar
Não aceito mais desafios
Pois sei que vou
Mais cedo ou mais tarde
Perder também o pio.

Torres Novas, 10/05/2016
Foto: Net

O TEMPO PERDIDO














O Relicário
Autor: Manuel Mar.

O Tempo perdido!

O tempo passa e não volta mais,
E quem o perde fica mais pobre,
O tempo que cria nada encobre,
Por vezes descobre coisas banais.

Mas quem perde tempo a pensar,
Pode sempre encontrar sua sorte,
Porque quem pensa é mais forte,
Não se deixa facilmente enganar.

Para poupar o tempo pensa bem,
Se não pensares ele se vai embora,
Perder tempo não ajuda sua vida.

Tempo ganho dá ajuda a alguém,
Mesmo que se ganhe pouco à hora,
Pois assim não se perde a corrida.

Torres Novas, 10/05/2016
Foto: Net

ALDEIA BENDITA



























O Relicário
Autor: Manuel Mar.

Aldeia Bendita!

Com onze anos sai da aldeia,
Para viver numa boa cidade,
Era tão pouca a minha idade,
Fiquei triste a fazer cara feia.

Já tinha feito a quarta classe,
E nem pensava estudar mais,
Recebi a ordem de meus pais,
Não admitiam que recusasse.

Mas eu só gostava da aldeia,
Não queria ir para a cidade,
Que parecia grande de mais.

Assim, vivi lá na terra alheia,
Sozinho, de tão pouca idade,
E ninguém escutou meus ais.

Torres Novas, 10/05/2016

Foto: M.Mar

O FADO DO FORCADO




















Relicário do Fado
Autor: Manuel Mar.

O Fado do Forcado!

Nasce no Ribatejo na campina,
Para viver só no meio do gado,
Onde pode sentir que sua sina,
É ser um dia um moço-forcado.

Ali cresce procurando ter sorte,
De na vida poder ser campino,
Sentindo seu braço bem forte,
E confiando no amparo divino.

Bem cedo começa a trabalhar,
Sempre no meio do bravo gado,
Só pensando ser moço-forcado,
E um dia lá começa a treinar.

Entra num grupo de forcados,
Porque deseja os touros pegar,
Faz os treinos, ouve os recados,
Para poder os touros enfrentar.

No grupo começa por rabejar,
Participa em nobres touradas,
Porque quer os touros pagar,
E enfrentar as suas marradas.

Num belo dia lá foi escolhido,
Vai agarrar o touro de frente,
Tem coragem e é tão valente,
Pega bem no touro e é ferido.

Fica só algum tempo parado,
E assim que sarou essa ferida,
Volta de novo à mesma vida,
Porque é bom moço-forcado.

E agarrar um touro de frente,
É possuir coragem e valentia,
Mas ter a cabeça sempre fria,
É arte que atrai pouca gente.

Mas um moço-forcado é feliz,
Enfrenta o touro com bravura,
Embora às vezes parta o nariz,
Nunca pensa ser uma loucura.

Só mais tarde muda a atitude,
Porque a sua arte é arriscada,
Enfrentar a morte e por nada
É só de quem sente juventude.

Torres Novas, 10/06/2016
Foto: Net