terça-feira, 5 de julho de 2016

A VIDA TEM FASES


Manuel Mar. “Poesia”

A VIDA TEM FASES!

Mote
Toda a vida tem muitas fases,
O nascer e mais tarde o morrer,
Mas é preciso saber como viver,
Para ver do que somos capazes.
I
Estou quase no fim da vida,
O tempo desanda que voa,
A idade nunca nos perdoa,
Mas logo chegará a partida,
A fazer a minha despedida,
Mas antes que tal aconteça
Vou já puxar pela cabeça,
Para vos falar sobre mim,
Pois nunca procedi assim,
E tanta coisa já esqueça!
II
Nasci em terra Ribatejana,
Andei descalço a trabalhar,
As sardinhas tinha de assar,
A jorna era paga à semana,
O trabalho era de Sol a Sol,
O pão era duro ou era mol,
Cozido à semana uma vez,
A sardinha dava para três,
Vestia-me de pouca roupa,
Que mal dava para a sopa.
III
Filho de gente pobre e séria,
A viver já quase na miséria,
Só a comer do que lá havia,
Comia-se pão com melancia,
Com meias rotas fiz as bolas,
Fiz ratoeiras de velhas molas,
Fiz pistolas de matar pardais,
E já tinha de limpar os currais,
Mas ainda andava de calções,
Já punha a palha nos colchões.
IV
Tempos depois tudo se mudou,
Até o racionamento se acabou,
E o povo já lá ganhava melhor,
Mas a trabalhar cheios de suor,
Os campos com gente a cantar,
Só se calavam para descansar,
No Verão as festas e romarias,
Davam ao povo mais alegrias.
E agora está na hora de parar,
Depois direi o resto até acabar.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 5/07/2016
Foto: Net


SAUDADES DE TI






































Manuel Mar. “Poesia”

Saudades de Ti!

Desde a hora em que tu partiste,
Eu sinto imensas saudades de ti,
E vivo os meus dias sempre triste,
Só porque eu já nunca mais te vi,
O terno amor que em mim existe,
Suspeita agora que eu já te perdi.

Muito triste trago o pensamento,
Desanimado por nada de ti saber,
A minha vida é grande tormento,
E Já sinto pouca vontade de viver,
Que penso nisto a cada momento,
Mas não consigo de ti me esquecer.

Na tua imensa ânsia de liberdade,
Que te fez deixar-me abandonado,
Foi para mim tão grande maldade.
Quando recordo a vida do passado,
E a tua falta de amor e sinceridade,
Só sinto que vivo muito desgostado.

Não quero mais implorar piedade,
Se não me queres que hei-de fazer,
Porquê abrigar em mim a saudade,
Se afinal, só tenho que te esquecer,
Já perdi contigo a minha mocidade,
Renuncio-te! Não quero mais sofrer.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 5/07/2016

Foto: Net

AS MUSAS DA POESIA





























Manuel Mar. “Poesia”

As Musas da Poesia!

As Musas da Poesia são espíritos;
Que foram criadas por fabulosos
Dons imaginativos mas implícitos,
Dos poetas antigos e majestosos.

Esses poetas às musas recorriam,
A pedir a mais divina inspiração,
E rendiam-lhe a sua admiração,
Confiando que elas a aceitariam.

À semelhança dos Deuses do céu,
Era pagã a alma das musas lindas,
Pura criação da humana filosofia.

E faziam do firmamento um véu
Que cobria em distâncias infindas,
Os corpos dos Deuses e sua magia.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 5/07/2016

Foto: As 9 Musas Gregas





AS FALSAS PROMESSAS































Manuel Mar.”Poesia”

As Falsas Promessas!

Oferecendo bolos se enganam tolos,
Mas o contrário também é verdade,
Tanta falsidade existe na sociedade,
Numa vigarice caímos sempre todos.

As falsas promessas já são epidemia,
Mas tanto na política como no amor,
Os crimes espalham o imenso horror
A sociedade sofre em grande agonia.

Tanta gente roubada com promessas,
De falsàrios altamente especializados,
Na vida luxuosa mas sem escrúpulos.

A democracia parece viver às avessas,
A justiça demora a julgar os culpados,
Novos ladrões fazem novos discípulos.

Manuel Mar.
Torres Novas, 5/07/2016

Foto: Net