segunda-feira, 20 de junho de 2016

ÂNSIAS DE AMOR







































Relicário de Manuel Mar.

Ânsias d’Amor!

Meu Sant’António de Lisboa,
Socorre-me nesta má aflição,
É meu amor que me magoa,
Dá-lhe agora a tua bênção!

Santo António dos milagres,
Gosto muito do teu menino,
Peço-te que me desagraves,
Do meu pecado pequenino.

Pequei só com o meu amor,
Mas foi para eu lhe agradar,
Podes ser um bom protector,
Faz o milagre de me casar.

Meu Santo bom e milagroso,
Sabes porque estou sofrendo,
Faz-me esse milagre gostoso,
Que d'amor já vou morrendo!

Esta súplica te peço acolhei,
Sou mulher e quero ser mãe,
E me perdoa do que eu errei,
Casa-me bem cedo também.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 20/06/2016

Foto: Net

DESABAFO DE AMOR























Relicário Manuel Mar.

Desabafo de amor!

Quando se fala de amor,
Deve sempre confessar-se a verdade,
Pondo de lado toda a falsidade,
Que existe no mundo do amor,
Infelizmente!
Estando pronto para falar verdade,
Dizendo o que quero,
E o que espero de ti.
Apenas dói a saudade...
Dos teus olhos que eram um mundo,
Do teu olhar tão profundo,
Aquilo que o coração ama,
A crua razão não reclama.
Mas abalaste em liberdade,
Porque ninguém é perfeito,
Mas temos todo o direito,
De ser aquilo que somos.
Se amados e desejados,
Todos de forma parecida,
Mas o amor também nos transforma.
Tu mentiste no que disseste de mim.
Amei-te sempre com o meu jeito,
Tu me avalias-te na balança estragada,
Para afirmares que eu não valia nada.
Dei-te o amor que tinha,
Nem podia dar-te mais,
Mas para ti não valia nada.
E foi assim que tudo entre nós acabou.
Tu não cumpriste o juramento,
Mas de pouco ou nada te acusei,
O que aconteceu muito lamento,
Não quero desejar mal a ninguém,
Mas mesmo que não valha nada,
Eu já te perdoei!

Manuel Mar
®

Torres Novas, 20/06/2016

SER RICO OU POBRE?






















Relicário de Manuel Mar.

Ser Rico ou Pobre?

Há rico que passa muita fome,
E pobre com sua barriga cheia,
O rico avarento já pouco come                                              Para aumentar o pé-de-meia.

Se a riqueza não for abastada,
Ser rico ninguém se determina,
Que a um rico não falta nada,
Nem sempre há água na mina.

Muito rico vive abandonado,
Apenas a poupar o dinheiro,
Sem um carinho e sem amor.

Vale mais ser pobre honrado,
Mas não viver num cativeiro,
Ser rico é amar Nosso Senhor.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 20/06/2016

Foto: Net

A FAINA DO MAR






























Relicário de Manuel Mar.

A faina do Mar!

Enfrentando o mar bravo e revolto,
O marinheiro dirigia a sua caravela,
E rumo ao mar deixava o seu porto,
Com saudades sentia-se meio morto,
Por se separar da querida tão bela.

A caravela apanhou mar agitado,
Mas o timoneiro sabia o que fazia,
Com o cabrestante bem amarrado,
E o pano das velas muito esticado,
A caravela em cima do mar bulia.

Ficou ajoelhada na areia da praia,
E cheia de saudades a sua mulher,
Que fustigada pelo Sol lá desmaia,
Levantando-lhe o vento a sua saia,
Mostrando as pernas tinha que ser.

No alto mar anda lá o seu sustento,
O vento sereno ajuda bem a pescar,
O marinheiro com todo o seu talento,
Reduz suas velas onde sopra o vento,
Para a faina da pesca logo se iniciar.

As vagas sussurrando muito baixinho,
Ajudam a encher o barco de pescado,
Tratando o peixe com muito carinho,
Assim que cheio se mete ao caminho,
Vê seu amor na praia ainda deitado.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,20/06/2016

 Foto: Net

OS PRECEITOS





































Relicário de Manuel Mar.

Os Preceitos!

Um poeta autêntico tem preceitos,
Que cumpre como mandamentos,
Nunca se desvia dos seus conceitos,
Num relato fiel de acontecimentos.

Romanceando sempre as palavras,
Tem pelo semelhante complacência,
Não faz das palavras suas escravas,
Contra a dureza usa complacência.

Porque quem vive fora de preceitos,
E aceita viver o amor em poligamia,
No peito já a pura chama não arde.

Pode até dosear com enfeites e jeitos,
Utilizando uma maravilhosa fantasia,
Mas, será sempre um poeta covarde.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 20/06/2016

Foto: Net

LEMBRANÇAS DE CRIANÇA


























Relicário de Manuel Mar.

Lembranças de Criança!

A minha primeira lembrança,
Eu era ainda bem pequenino,
No florir da idade de criança,
Era já miúdo muito traquino.

Em 1941 e no mês de Fevereiro,
Houve na aldeia em que vivia,
Um ciclone mesmo verdadeiro,
Que deu ao povo um triste dia.

A casa de meu pai nada sofreu,
Mas a casa da minha boa avó,
O dito ciclone toda a derreteu
Ficou destelhada e feita em pó.

A minha avó cedo de lá fugiu,
E foi para a casa do meu pai,
À janela do quarto tudo se viu,
E todos só diziam: ai aí, ai aí.

Muitas árvores caíram ao chão,
Tanta força tinha essa ventania,
A minha avó perdeu o barracão,
O ciclone passava e só destruía.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 20/06/2016

Foto: Net