sábado, 30 de abril de 2016

RELICÁRIO: A VIDA É UMA PASSAGEM

RELICÁRIO: A VIDA É UMA PASSAGEM

A VIDA É UMA PASSAGEM




















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

A Vida é uma Passagem!

Eu sei bem o que é a vida,
E conheço o destino
Que me foi
Traçado ao nascer.
Já lidei com o amor,
Já senti muito afecto,
Mágoa, desalento, dor,
Alegria, e felicidade.
Já lutei duramente pela vida,
Já perdi entes queridos,
Tive horas infelizes,
Horas de resignação,
Momentos de triste ilusão,
De pavor e de traição,
De vingança e de perdão,
De juras quebradas,
Já tenho o meu quinhão.
A vida é uma caldeirada,
De coisas boas e coisas más,
Mas não vale a pena
Olhar para trás.
O rumo da vida é um
Caminho desconhecido,
Um puzzle, muitos dilemas,
Em que somos:
Senhores e autores;
Representamos muitas cenas,
Sofremos como feras nas arenas,
Ora ganhando ora perdendo,
Mas sempre, sempre lutando.
Já sei bem o que é a vida,
E que o meu destino será a morte.
Mas, pagar e morrer!?
Quanto mais tarde melhor.
Agora passo o tempo a escrever,
Mas quando já nada puder fazer,
E perder a essência da vida,
Espero ter ainda uma última sorte,
Passar bem na derradeira
Hora da minha morte.


Torres Novas, 1/05/2016

OS SANTOS POPULARES





















Relicário dos Prazeres

Autor: Manuel Mar.


Os Santos Populares!


As festas dos santos populares,
Celebram uma velha tradição,
Que o povo vive com devoção,
Com fogueiras e seus cantares.


O Santo António é o primeiro,
A quem todos pedem favores,
De protecção dos seus amores,
Por ter fama de casamenteiro.

Depois há a festa do São João,
Que é mais festejado no Norte,
A todos os namorados dá sorte,
Recompensando a sua devoção.

O último é São Pedro festejado,
Que é o Santo muito padroeiro,
Também é um bom conselheiro,
Muito celebrado em todo o lado.

São os Reis das festas populares,
Que se fazem sempre no Verão,
Todos lhe tem grande devoção,
São eles os protectores dos lares.

Torres Novas, 30/04/2016

OS SANTOS POPULARES





















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

Os Santos Populares!

As festas dos santos populares,
Celebram uma velha tradição,
Que o povo vive com devoção,
Com fogueiras e seus cantares.

O Santo António é o primeiro,
A quem todos pedem favores,
De protecção dos seus amores,
Por ter fama de casamenteiro.

Depois há a festa do São João,
Que é mais festejado no Norte,
A todos os namorados dá sorte,
Recompensando a sua devoção.

O último é São Pedro festejado,
Que é o Santo muito padroeiro,
Também é um bom conselheiro,
Muito celebrado em todo o lado.

São os Reis das festas populares,
Que se fazem sempre no Verão,
Todos lhe tem grande devoção,
São eles os protectores dos lares.

Torres Novas, 30/04/2016

VIDAS DESTROÇADAS



























Relicário da Nostalgia
Autor: Manuel Mar.

Vidas destroçadas!

Alguns falam da crise presente,
Como se bebe um copo de água,
Há quem mostre grande mágoa,
Há quem seja muito indiferente.

Os causadores toda agente diz,
Foi a má política de insensatos
Governos responsáveis por actos,
Que depauperaram todo o país.

Arranjaram tantas trapalhadas,
A corrupção fazia tudo ser seu,
Reinava um clima de vingança.

Causaram-se vidas destroçadas,
A quem o seu emprego perdeu,
Que vive agora sem esperança.

Torres Novas, 30/04/2016


sexta-feira, 29 de abril de 2016

OS TEMPOS ANTIGOS





















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

Os Tempos Antigos!

Sou do tempo da miséria
Que vivia envergonhada,
Que suportava a fome,
Porque não tinha nada.
Trabalhava-se:
Do nascer ao por do sol,
Começando no mata-bicho
De passas e aguardente,
Seguia-se logo o trabalho.
Às 10 horas o almoço,
Depois às treze o jantar,
E à tarde um lanche.
Cava-se o chão
Quase todo à enxada,
E ao tocar das Trindades
Logo o sol se escondia,
Mais um cálice de aguardente
E adeus até ao outro dia.
Tinha então acabado
A Segunda Grande Guerra.
Havia falta de tudo,
Com grande racionamento,
Do pão que era de mistura,
E de muitos alimentos.
Os homens ganhavam
A sete escudos por dia
E tinham direito
A beber um litro de vinho.
As mulheres levavam
A comida ao campo para
Alimentarem os maridos.
Sempre às horas marcadas,
Um tacho de caldo verde
E batatas com bacalhau,
Era a refeição do almoço.
Ao jantar uma panela
Com sopa e o conduto
Que comiam com pão.
Todos tinham:
Um monte de filhos
Que vivam ao Deus dará,
Sempre descalços e…
A pedir um naco de pão.
Nesse tempo:
Não havia automóveis
Nem tractores.
A terra era lavrada
Por juntas de bois
E acabada à enxada.
Pelos anos cinquenta
A vida começou a melhorar,
E já se ia de burro
Ou de bicicleta,
Até à Vila ou à cidade.
Mas não havia estradas
E os caminhos eram maus
Cheios de covas e matos.
Mas os camponeses,
Todas as semanas
Tiravam um dia
Para ir vender ao mercado
Aquilo que produziam.
Faltavam muitas escolas.
Salazar começou a dotar
O País de boas escolas,
Porque pouca gente
Sabia ler e escrever.
As crianças iam à escola,
Quase todas de pé descalço,
Mas depois tudo melhorou.
Apareceu a rádio
E depois a televisão.
O povo pouco a pouco,
Ficou mais culto e educado.
São coisas já do passado
Do tempo duro e cruel,
Tão amargo como o fel,
Em que aprendi a viver,
De que dou testemunho.
O mundo dá tantas voltas
Que a má vida de outrora
Que vivi com sã alegria,
Contrasta com a nostalgia,
Que sinto da vida presente,
Onde reina a insegurança
Que me retira a esperança
De viver tranquilamente.


Torres Novas, 30/04/2016

O LUAR DO SERTÃO




















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

O Luar do Sertão!

O luar do sertão é encantador,
Dando às noites sua suave luz,
Inspira muitos sonhos de amor,
Porque esse luar é tão sedutor,
Que às noites de amor conduz.

Sente-se lá o cheiro envolvente,
Exalado por sua bela natureza,
Que se torna sempre atraente,
Tão morna aragem lá se sente,
Uma terra de encanto e beleza.

Nas cálidas noites de lua cheia,
O sertão é lindo resplandecente,
Até parece uma luz de candeia
Da que me alumiava na aldeia,
Nos bons serões de antigamente.

Lá sonhei com a minha amada,
Uma noite muito bem dormida,
A viver uma vida muito regala,
Onde ali, não me faltava nada,
Nunca me senti tão bem na vida.

Agora, sei como é bom o sertão,
Gostaria de lá viver meu futuro,
Porque sinto por ele tal paixão,
Que vivo aumentando a ilusão,
De me sentir a viver no ar puro.


Torres Novas, 29/04/2016

OS DESEJOS














Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

Os desejos!

Os desejos são próprios da vida,
E acontecem a qualquer pessoa.
Todos querem ter uma vida boa,
Já ninguém gosta da despedida.

Todos desejam amor e felicidade,
Viver bem e ter só boas amizades,
Ter quem lhe faça suas vontades,
Que só lhe falem com a verdade.

Mas os desejos provocam dilemas,
Porque todos preferem o melhor,
Alguém terá que ficar com o pior,
Por vezes surgem as tristes cenas.

Nem todos os desejos são normais,
Há sempre quem faça muito mal,
E quem goste de jogar o carnaval,
E quem tenha os gostos especiais.

Toda a gente deseja ter boa sorte
Mais o grande prémio da lotaria,
Já é sorte viver bem em cada dia,
Mas ninguém deseja a sua morte.


Torres Novas, 29/04/2016




quinta-feira, 28 de abril de 2016

A VIDA DO SER HUMANO





















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

A Vida do Ser Humano!

O sexo comanda a nossa vida,
Bem como a de toda a gente,
Porque ele tão simplesmente,
É o obreiro de forma decisiva.

O homem fecunda a mulher,
Que gera nova descendência,
Dotada pela transcendência,
Do género que o acaso fizer.

O fruto da relação irá nascer,
Esperando viver muitos anos,
Muito feliz com grande sorte.

Na vida tudo pode acontecer,
A qualquer dos seres humanos,
Mas ninguém escapa da morte.


Torres Novas, 28/04/2016

quarta-feira, 27 de abril de 2016

A POLÍTICA ESTÁ DOENTE





















Relicário da Nostalgia
Autor: Manuel Mar.

A Política está doente!

A política, nobre arte ancestral,
Que viveu na sombra do poder,
Mudou muito mas é fácil de ver,
Que se apoderou do poder real.

Transformada em arte especial,
A política é hoje a dona de tudo,
O povo a ver Braga pelo canudo,
Sofre as crises como coisa banal.

Mas afinal os grandes culpados,
São políticos maus e demagogos,
Que mal governam a sua Nação.

Sugam o sangue aos desgraçados,
Para terem carros de luxo e novos,
Ao pobre nem lhe chega para pão.


Torres Novas, 27/04/2016














Relicário da Nostalgia
Autor: Manuel Mar.

A Política está doente!

A política, nobre arte ancestral,
Que viveu na sombra do poder,
Mudou muito mas é fácil de ver,
Que se apoderou do poder real.

Transformada em arte especial,
A política é hoje a dona de tudo,
O povo a ver Braga pelo canudo,
Sofre as crises como coisa banal.

Mas afinal os grandes culpados,
São políticos maus e demagogos,
Que mal governam a sua Nação.

Sugam o sangue aos desgraçados,
Para terem carros de luxo e novos,
Ao pobre nem lhe chega para pão.


Torres Novas, 27/04/2016

RELICÁRIO: O 25 DE ABRIL

RELICÁRIO: O 25 DE ABRIL

AMOR PERDIDO



Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

Amor perdido!

A Isilda era uma cachopa
Muito formosa e gaiteira,
Vivia feliz e prazenteira,
Como criada de servir,
Mas tinha tão lindo sorriso,
Que os rapazes
Perdiam o juízo
Só de olhar para ela.
Também foi minha paixão
No tempo em que andei na tropa.
Dancei com ela algumas vezes
Nas festas de Verão.
Ela era dona de um corpinho,
Muito bem feito
E branquinho,
Era muito leve e macia,
Que ao dançar com ela,
Sentia uma tal magia,
Que me apetecia
Tê-la sempre comigo.
Mas ela zangou-se com a patroa,
E abalou para Lisboa,
À procura da sua sorte.
Eu fiquei ferido de morte
Por não ter condições
De tomar conta dela,
Porque era tropa em Mafra,
E não tive nenhuma ajuda.
A vida tem coisas destas,
E eu senti-me quase perdido,
Tinha o coração de amor ferido,
Mas sem nada poder fazer.
Desde esse Verão nunca mais a vi,
Sei a mágoa que senti,
Por não poder estar com ela.
Mais tarde vim a saber
Que ela já se tinha casado.
Dei o caso como encerrado,
Mas a mágoa que me ficou,
Não me deixa estar calado.

Torres Novas, 27/04/2016

terça-feira, 26 de abril de 2016

O BEIJO DE AMOR











Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

O Beijo de Amor!

Nos jardins nascem as belas flores,
Que são maravilhas deste mundo,
Nas bocas nasce o beijo profundo,
Que dá vida aos grandes amores.

O beijo de amor é fruto de paixão,
Que os seres amados tem no peito,
E tem apenas um pequeno defeito,
Fazem bater mais forte do coração.

Afinal fazem o amor parecer louco,
Sem haver qualquer fundada razão,
O grande beijo só sabe a tão pouco.

Quem dá um beijo recebe de troco,
Outro beijo sempre cheio de paixão,
Morto d’amor que parece semilouco.


Torres Novas, 27/04/2016

A RITA NAMORADEIRA
















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

A Rita Namoradeira!

A vida da Rita era maravilhosa,
Ela era na sua terra um encanto,
Que parecia ser santa misteriosa,
Sempre recolhida lá no seu canto,
E era muito linda e bem formosa.

Mas um rapaz quis casar com ela,
Escreveu uma carta e lha enviou,
Com linda mensagem tão singela,
Que ela quando a leu até chorou,
Porque nunca lera carta tão bela.

E aceitou o namoro à experiência,
Porque não queria compromissos,
Começou o namoro com decência,
E a falar com outros os metediços,
Que cortejavam com inteligência.

O povo começou a criticar a Rita,
A chamar-lhe Maria dos Rapazes.
Ela sentiu-se tão mal e tão aflita,
Porque más-línguas são capazes
De a gente boa tornar interdita.

A sua fama de ser namoradeira,
Criou os ciúmes ao seu namorado,
Que lhe fez a grande maroteira,
De deixar o seu namoro de lado,
Sem qualquer razão verdadeira.

A Rita sentiu-se tão humilhada,
Que logo decidiu ir para freira,
Ela desejava ser mulher casada,
Mas desprezada ficava solteira.
Toda a má-língua é depravada.

Depois entrou para o convento,
Mas o povo não podia acreditar,
E houve muito choro e lamento,
Ninguém queria sequer aceitar.
Remorsos do seu procedimento.


Torres Novas, 26/04/2016

O 25 DE ABRIL


Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

  • O 25 de Abril!
  •  
  • O passado nunca se apaga,
  • Do espírito do ser humano,
  • É por isso que em cada ano,
  • Toda a história se propaga.
  •  
  • O 25 de Abril é dia especial,
  • Já pertence à nova tradição,
  • Todo o povo da nossa Nação,
  • Comemora o dia de Portugal.
  •  
  • O fascismo acabou nesse dia,
  • Para se ter a plena liberdade,
  • O povo assumiu com vontade
  • Viver de novo em democracia.
  •  
  • Como em todas as revoluções,
  • Uns perdem e outros ganham,
  • E há alguns que se amanham,
  • Muitos só ficam com as ilusões.
  •  
  • É bem essa a nova realidade,
  • Instalaram-se os exploradores,
  • O povo recebeu alguns favores,
  • Mas não alcançou a igualdade.
  •  
  • Agravaram-se as dificuldades,
  • À vida duma maioria do povo,
  • Muitos já emigraram de novo,
  • Não podemos calar verdades.
  •  
  • Torres Novas, 26/04/2016

segunda-feira, 25 de abril de 2016

OS DIAS FELIZES






























Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

Os Dias Felizes!

Os dias felizes da infância,
São de esperança e contentamento,
Passam muito lentamente,
Por entre jogos e brincadeiras,
Na ânsia de crescer e ser gente,
Para dar um rumo à vida,
Entrega-se muito ao estudo,
Para aprender e saber,
Preparando-se para o trabalho,
Vive a pensar numa profissão,
Por entre incertezas cruéis,
Surgem grandes dificuldades,
Os dias felizes terminam,
Quando chegam os problemas,
E tudo se torna confusão,
Bate forte o coração,
E morre muita ilusão,
Até que deixa de ser criança,
E sente-se feito adulto,
Numa radical mudança.
Enfim!
Acabaram tantos dias felizes,
Morreram as brincadeiras,
Surgem as responsabilidades,
Sempre trazendo canseiras.


Torres Novas, 25/04/2016