ANA ROSA POESIA
A CASA DA ESPERANÇA PERDIDA
Quando te bati à porta tinha esperança,
Para a minha carta de amor te entregar,
Há muito que eu te tinha na lembrança,
Mas dessa casa já fizeste a tua mudança,
Sem eu saber o que se estava lá a passar.
Tempo perdido, ninguém abriu a porta,
Bati lá vezes sem conta e tão desiludido,
Que regressei e com a alma quase morta,
Sentindo a minha vida a ficar toda torta,
Com desgosto no coração e arrependido.
Quando reparei a casa já cheia de heras,
A noite e o dia se confundem ao esperar,
Criando desespero e perdidas quimeras,
A esperança toda roída por loucas feras,
E sem com mais nada nesta vida contar.
O tempo perdido certamente não conta,
Senti-me vazio como a casa abandonada,
Como o condenado sem ter feito afronta,
O corpo tremendo e a cabeça bem tonta,
A vida da casa e a minha foi condenada.
ANA ROSA
®
27/06/2016
Foto: Net
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